sábado, 2 de janeiro de 2010

Mestre Suassuna




Reinaldo Ramos Suassuna, ou Mestre Suassuna, (Itabuna, 16 de janeiro de 1938) é um dos mais importantes mestres de capoeira no Brasil. [1]
Fundou em 1967 o "Grupo de Capoeira Cordão de Ouro" em São Paulo, e é considerado um dos maiores difundidores da capoeira internacionalmente. Ele formou Mestre Caveirinha, que gravou os movimentos para o personagem do vídeo game Tekken 3, Eddy Gordo[carece de fontes?].

Notas e Referências

Reinaldo Ramos Suassuna nasceu em Ilhéus na Bahia em 1938 e foi criado em Itabuna. Sua relação com a capoeira começou devido a um problema de paralisia infantil. O médico recomendou que praticasse um esporte que não fosse futebol, e sob a influência de dois amigos que tinham iniciado na capoeira, mais os cuidados médicos, começou a praticar a arte brasileira a contragosto, em meados dos anos 50. Em meados dos anos 60, Mestre Suassuna já tinha “pegado gosto” pela capoeira, e brilhava na Bahia com suas apresentações. Conseqüentemente, surgiram convites para ir ao exterior e a outros Estados. Sua missão era difundir a capoeira como folclore e esporte. Em 1967, junto com Mestre Brasília fundou a Associação de Capoeira Cordão de Ouro, por se tratar de Besouro Cordão de Ouro, um capoeirista anterior a divisão Angola / Regional.

Mestre Bimba


 Manoel dos Reis Machado, também conhecido como Mestre Bimba (Salvador, 23 de Novembro de 1899 - Goiânia, 15 de Fevereiro de 1974) criou a capoeira regional ao perceber que a capoeira perdera seu valor marcial e estava se tornando apenas uma dança folclórica. Mestre Bimba tinha o intuito de criar não apenas uma luta, mas também um estilo de vida. Praticantes dessa arte se denominaram "capoeira". Além disso, Mestre Bimba também criou uma variação da capoeira regional, a Benguela.
Bimba empunhava regras para os praticantes da capoeira regional, sendo elas:
- Não beber e não fumar. Pois os mesmos alteravam o desempenho e a consciência do capoeira.
- Evitar demonstrações de todas as técnicas, pois a surpresa é a principal arma dessa arte.
- Praticar os fundamentos todos os dias.
- Não dispersar durante as aulas.
- Manter o corpo relaxado e o mais próximo do seu adversário possível, pois dessa forma o capoeira desenvolveria mais.
- Sempre ter boas notas na escola.
No vídeo de B. M. Farias "Relíquias da Capoeira - Depoimento do Mestre Bimba", o próprio Manuel comenta sobre os motivos que o fizeram se mudar para Goiânia. Depois, em uma reunião de especialistas em capoeira no Rio de Janeiro, explica-se mais sobre o nome do esporte, sobre a criação da capoeira de Angola e sobre esse lendário personagem chamado Mestre Bimba.

Mestre Cobrinha Verde



Rafael Alves França, mandingueiro respeitadíssimo no seu percurso por este mundo de meu Deus. Nasceu em Santo Amaro da Purificação (BA). Com 4 anos de idade iniciou-se na Capoeira pelas mãos de Besouro, seu primo carnal. Além de seu primeiro mestre, Cobrinha Verde também bebeu da sabedoria de Maitá, Licurí, Joité, Dendê, Gasolina, Siri de Mangue, Doze Homens, Espiridião, Juvêncio Grosso, Espinho Remoso, Neco, Canário Pardo e Tonha. Foi 3° Sargento no antigo Quartel do CR em Campo Grande, tendo participado também da Revolução de 32 entre outras pelejas. Durante muitos anos ensinou em seu Centro Esportivo de Capoeira Angola Dois de Julho, com sede no Alto de Santa Cruz, s/ n°, no Nordeste de Amaralina.

Manduca da Praia




Manduca da Praia viveu por volta de 1850 no Rio de Janeiro, época em que os capoeiristas faziam parte das maltas, as duas principais eram os Nagôs e os Guaiamus.
Manduca não estava em nenhuma delas, pois era tinha uma banca de peixe e fazia segurança de pessoas ilustres e achava que atrapalharia seus negócios. Durante um desafio de briga de rua sagrou-se campeão, era temido por policiais e capoeiristas.
Manduca da Praia, homem de negócios, respondeu a 27 processos por ferimentos graves e leves, sendo absolvido em todos eles pela sua influência pessoal e de amigos.
 
Era pardo claro, alto, reforçado, usava barba grisalha. Sua figura inspirava temores para uns e confiança para outros. Vestia-se com decência, chapéu na cabeça, usava um relógio que era preso por uma corrente de ouro, casaco grosso e comprido que impressionava as pessoas com seu porte, usava como arma uma bengala de cana-da-índia e a ele deviam respeito.
 
Certa vez na festa da Penha brigou com um grupo de romeiros armados de pau, ao final da briga deixou alguns inutilizados e outros estendidos no chão, entre outras brigas e confusões. Ganhava bastante dinheiro, seu trabalho era uma banca de peixe que tinha no mercado, vivia com regalias e finais de semana saia para as noitadas.
 
Morador da Cidade Nova, era capoeira por conta e risco assim disse Nulo Moraes. Manduca não participava da capoeiragem local, não recebia influência nem visitava outras rodas, pode-se dizer que ele era um malandro nato. Manduca da Praia conquistou o título de valentão, subestimando touros bravos, que sobre os quais saltava quando era atacado.
 
Por volta de 1850, Manduca "iniciou sua carreira de rapaz destemido e valentão,  dotado de enorme força física e "destro como uma sombra", Manduca cursou a escola de horários integral da malandragem e da valentia das ruas do Rio de Janeiro na época de perigosos capoeiras como, Mamede, Aleixo Açougueiro, Pedro Cobra, Bemetevi e Quebra Coco. Desde cedo destacou-se no uso da navalha e do punhal; no manejo do petrópolis - um comprido porrete de madeira-de-lei, companheiro inseparavel dos valentões da época - na malícia da banda e da rasteira; e com soco, a cabeçada e o rabo de arraia tinha uma intimidade a toda prova. Tinha algo que o destacava e diferenciava de seus contemporâneos - facínoras, valentes e rufiões - fazendo que se tornasse uma lenda viva, e mais tadre um mito cantado e celebrado até os dias de hoje:uma inteligência fria, calculista e implacável; uma sede de poder, de status e de dinheiro; tudo isso aliado a uma visão de comerciante e de homens de negócios. Fez fama e dinheiro. Foi famoso temido e respeitado.

Besouro Mangangá

Besouro Mangangá


 

Manoel Henrique Pereira (1897-1924), Besouro Mangangá ou Besouro Cordão de Ouro foi um lendário capoeirista da região de Santo Amaro, Bahia. Muitos e grandiosos feitos lhe são atribuidos. Diziam que não gostava da polícia (que diversas vezes frustou-se ao tentar prendê-lo), que tinha o "corpo fechado" e que balas e punhais não podiam feri-lo. Certa feita quando Besouro trabalhou numa usina, por não receber o ordenado, segurou o patrão pelo cavanhaque o obrigando a pagar o que lhe devia. As circunstâncias da sua morte são contraditórias. Há versões de que foi num confronto com a polícia, outras de que foi na "trairagem", num ataque de
faca pelas costas. Esta última é muito cantada e transmitida oralmente na capoeira. Um fazendeiro conhecido por Dr. Zeca, após seu filho Memeu apanhar de Besouro, armou uma cilada mandando-o entregar um bilhete a um amigo que administrava a fazendo Maracangalha. Tal bilhete pedia para que seu portador fosse morto. Besouro, analfabeto, não pôde ler que aquele bilhete era endereçado ao seu assassino e esclarecia que o portador era a vítima, assim no dia seguinte ao voltar para saber a resposta 40 soldados estavam esperando Besouro. Um homem conhecido por Eusébio de Quibaca acertou-lhe uma faca de tucum (ou ticum) - um tipo de madeira. Besouro teria sido, então, esfaqueado com a tal faca de tucum pelas costas.
Várias músicas de capoeira falam sobre Besouro.Como por exemplo a de Amâncio (Espirito Santo), faca de tucum:
Besouro Mangangá era homem de corpo fechado
Bala não matava e navalha não lhe feria
Sentado ao pé da cruz enquanto a polícia o seguia
Desapareceu enquanto o tenente dizia
Cadê o Besouro
Cadê o Besouro
Cadê o Besouro Chamado Cordão de Ouro
(coro)
Besouro era um homem que admirava a valentia
Não aceitava a covardia Maldade não admitia
Com a traição quebrou-se a feitiçaria
Mas a reza forte só Besouro quem sabia
Cadê o Besouro Cadê o Besouro
Cadê o Besouro Chamado Cordão de Ouro
(coro)
Atrás de Besouro, o tenente mandou a cavalaria
No estado da Bahia
E Besouro não sabia
Já de corpo aberto,
Fez sua feitiçaria
Cada golpe de Besouro Era um homem que caia
(coro)